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A fisiologia durante a última fase da gestação e o período de transição para a lactação muda drasticamente na matriz, especialmente durante este último período. É importante entender os processos fisiológicos e como eles mudam dinamicamente à medida que a fêmea se aproxima do parto (construção do ninho, nascimento do leitão e produção de colostro), porque esses processos afetam a produtividade.
A glicose do amido assimilado é responsável pela maior parte da energia da dieta e, por volta do parto, vários órgãos e tecidos periféricos competem pela glicose plasmática, que pode ser esgotada. Na verdade, a atividade física aumenta pouco antes do parto, o que faz com que os músculos usem glicose. Cerca de 0,5 a 1 dia depois, a glicose também é necessária para as contrações uterinas para expulsar os leitões e para a glândula mamária produzir lactose e gordura para o colostro. No momento do parto, a leitoa parece priorizar a glicose na glândula mamária em detrimento do útero, por isso a falta de energia na dieta pode comprometer o processo de parto. Neste momento, o metabolismo energético in útero muda drasticamente, passando a depender principalmente da oxidação de substratos energéticos glicogênicos (principalmente glicose) para a energia cetogênica fornecida pelos triglicerídeos.
O rápido crescimento do tecido mamário ocorre no último terço da gestação e acelera à medida que a porca se aproxima do parto. Nas últimas 1-2 semanas antes do parto, alguma gordura pode ser produzida nas glândulas mamárias e armazenada para ser secretada no colostro ou no leite transitório. Durante as primeiras 6 horas após o início do trabalho de parto, a captação de glicose e lactato pelas glândulas mamárias aproximadamente dobra. O lactato fornece aproximadamente 15% da captação de carbono glicogênico pelas glândulas mamárias e se origina em fortes contrações uterinas. Posteriormente, a captação mamária de glicose e lactato diminui, sugerindo que a quantidade de colostro secretado começa a diminuir neste momento.
A nutrição ideal da porca durante o final da gestação e o período de transição deve se concentrar no desenvolvimento mamário, no desempenho do parto e na produção de colostro. O peso ao nascer do leitão parece responder apenas ligeiramente à nutrição das marrãs; por outro lado, as porcas compensarão a ingestão insuficiente de alimentos ou nutrientes, aumentando a mobilização de suas reservas corporais. Garantir uma quantidade suficiente de energia para as fêmeas no parto é crucial e pode ser alcançado pelo fornecimento adequado de ração, pelo menos três rações por dia, alto teor de fibra alimentar e suplementação extra de energia.
Theil PK, Farmer C, Feyera T. Review: Physiology and nutrition of late gestating and transition sows. Journal of Animal Science. 2022; 100(6): skac176. https://doi.org/10.1093/jas/skac176