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Smart farming: a tecnologia que nos chega

A lista de conceitos tecnológicos com os quais o setor deve se familiarizar é ampla: Blockchain, inteligência artificial, algoritmos e muito mais. Esse futuro já está aqui. E está aqui para ficar e fazer a diferença na competitividade das granjas.

11 Março 2020
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A tecnologia avança sem parar e é vital tirar proveito dos benefícios que ela pode nos oferecer.

Quais tecnologias estão disponíveis ou já em desenvolvimento?

Esta lista está longe de ser exaustiva, pois empresas e aplicativos estão constantemente lançando trabalhos nessa área. As tecnologias desenvolvidas para outras áreas (humanas ou outras espécies) buscam sua aplicação inclusive, em granjas de suínos.

Sensores para monitorar variáveis ambientais como umidade, temperatura, amônia, CO2, poeira, etc. Existem também sensores para pesagem de silos, consumo de água, temperatura de refrigeradores de conservação de dose, operação de equipamentos, etc.

Câmeras (2D e 3D) que tiram fotos para facilitar tarefas, como contar animais, estimar seu peso, avaliar seu padrão de movimento para detectar problemas como claudicação ou animais anormalmente imóveis, além de comportamentos agressivos, como brigas ou mordidas de cauda.

Figura 1: Análises de imagem para detectar comportamentos entre os leitões: (a) Normal: caminhando sozinho; (b) Normal: caminhando juntos (c) Agressão: briga cabeça-cabeça e (d) Agressão: perseguição. Fonte: Lee et al. 2016.
Figura 1: Análises de imagem para detectar comportamentos entre os leitões: (a) Normal: caminhando sozinho; (b) Normal: caminhando juntos (c) Agressão: briga cabeça-cabeça e (d) Agressão: perseguição. Fonte: Lee et al. 2016.

Microfones para o monitoramento automático de tosse, bem como a avaliação de vocalizações em relação ao estresse (por exemplo, esmagamento de leitões).

Figura 2: Exemplo de monitoração contínua de tosses em uma terminação com episódios clínicos de influenza y Micoplasma. Fonte: Polson et al. 2018.
Figura 2: Exemplo de monitoração contínua de tosses em uma terminação com episódios clínicos de influenza y Micoplasma. Fonte: Polson et al. 2018.

Acelerômetros que monitoram a atividade do animal. O objetivo é monitorar o tempo de descanso e atividade e relacioná-lo com processos patológicos e / ou fisiológicos, por exemplo, para prever o início do trabalho de parto por meio de um acelerômetro incorporado no brinco.

Elementos para medir a temperatura do animal: O objetivo é obter informações relevantes por meio do monitoramento permanente ou rápido e preciso da temperatura dos animais, uma vez que uma variação significativa pode estar associada ao aparecimento de problemas patológicos, reação à vacinação ou alterações fisiológicas. O monitoramento da temperatura em machos é comum em muitos centros de inseminação como um elemento de diagnóstico precoce. Existem sensores de temperatura em contato com a pele, bem como através do uso de câmeras infravermelhas.

Figura 3: Imagem termográfica tomada mediante um dispositivo FLIR conectado a um Smartphone. Fonte: Ramis el al. 2017
Figura 3: Imagem termográfica tomada mediante um dispositivo FLIR conectado a um Smartphone. Fonte: Ramis el al. 2017

Realidade virtual utilizada como ferramenta de formação e para aproximar do setor o consumidor.

Robô usado para tarefas como lavagens de caminhões. A tecnologia pode ajudar a reduzir tarefas fisicamente pesadas, rotineiras e desmotivadoras e melhorar as condições de trabalho e sua percepção para atrair e reter talentos. Não podemos esquecer que um dos desafios do setor em muitas áreas são as pessoas.

Figura 4: Robô para a lavagem de caminhões. Fonte: Swinerobotics
Figura 4: Robô para a lavagem de caminhões. Fonte: Swinerobotics

Na maioria dos casos, as soluções práticas implementadas na granja, consistem em uma combinação de vários elementos. Por exemplo, microfones que por inteligência artificial são capazes de identificar os gritos dos leitões se forem esmagados e enviar uma vibração a um sensor colocado na fêmea para fazê-la levantar.

Distintas abordagens de um mesmo problema

A tecnologia cria diferentes ferramentas voltadas para o mesmo objetivo.

Sistemas de identificação animal: a identificação rápida dos animais é essencial para a coleta e análise adequadas dos dados e para o atendimento individual. Essa identificação é essencial para muitos processos, como distinção de dieta, estabelecimento de linhagem, rastreabilidade de dose em centros de IA, rastreabilidade de animais medicados e muitos outros. Podemos falar sobre:

  • RFID (identificação por rádio frequência). Os conhecidos "chips" que permitem a identificação nas máquinas de alimentação eletrônica ou o registro de medicamentos injetáveis aplicados ao animal por meio de seringas que possuem leitor.
Figura 5: Alimentação eletrônica de fêmeas mediante uso de RFID. Fonte: Nedap
Figura 5: Alimentação eletrônica de fêmeas mediante uso de RFID. Fonte: Nedap
  • Reconhecimento facial em suínos, aproveitando o forte desenvolvimento dessa tecnologia para humanos.
  • Reconhecimento de imagens que identificam e permitem a leitura dos números dos brincos, etc.
Figura 6: Reconhecimento facial aplicado na suinocultura. Fonte: Hansen et al. 2018
Figura 6: Reconhecimento facial aplicado na suinocultura. Fonte: Hansen et al. 2018

Sistemas para avaliação de claudicação: claudicação é um problema produtivo e de bem-estar do animal. A tecnologia propõe diferentes abordagens para monitorar esta condição:

  • Avaliar a pressão que cada pata exerce sobre uma superfície a qual podem ser adicionados outros elementos, como tempo de suporte, comprimento da passada ou padrão de mudança de peso de um membro para outro.
Figura 7: Sistema SowSIS. As 4 patas se pesam independentemente para monitorar a existência  de claudicação Fonte: isense.farm
Figura 7: Sistema SowSIS. As 4 patas se pesam independentemente para monitorar a existência  de claudicação Fonte: isense.farm
  • Avaliar os dados do acelerômetro, pois os animais mancos tendem a se mover menos e com uma cadência mais irregular.
  • Análisar imagens de vídeo avaliando o padrão da marcha ou a presença de lesões nos cascos.

Melhoras na biosseguridade: Sistemas Geovallado que permitem controlar quem entra e sai da granja. Você também pode monitorar os movimentos de pessoas entre as diferentes áreas, bem como validar, autorizar e registrar automaticamente o acesso à granja com base em determinados critérios (tempo de vazio, fornecedor autorizado etc.).

Sistemas para facilitar o registro, envio e consulta de dados na granja, que vai desde canetas digitais até aplicativos de uso simples e disponíveis no celular que permitem a anotação e o envio dos dados relevantes dos setores.

As granjas geram muitas informações diariamente. A incorporação de dados de sensores, dados de consumo individual, nível de atividade, temperatura, peso, etc. exponencialmente multiplica a quantidade de informações coletadas. Essas informações são extremamente valiosas, mas somente se forem tomadas com precisão. A partir daí, serão analisadas corretamente e apresentadas de uma maneira que permita a equipe tomar decisões.

A lista de conceitos tecnológicos com os quais o setor deve se familiarizar é ampla: Blockchain, Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial, algoritmos e muito mais. Esse futuro já está aqui, está aqui para ficar e fará a diferença na competitividade e produtividade das granjas.

Redação 333

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