Objetivo: O presente estudo investigou os fatores associados à incidência de leitões nascidos mortos em fêmeas suínas jovens hiperprolíficas alojadas em maternidades livres em ambientes tropicais.
Métodos: Um total de 714 leitões nascidos vivos e 54 nascidos mortos de 57 fêmeas Landrace × Yorkshire, com média de 2,7 ± 1,0 partos (variação: 1–4), foi estudado de forma detalhada. Foram registradas variáveis reprodutivas das fêmeas, incluindo a duração da gestação, duração do parto, número total de leitões nascidos por leitegada, bem como a ordem de nascimento e o estado (vivo ou morto) de cada leitão. Foram analisadas características fisiológicas dos leitões nascidos vivos e mortos, como o intervalo entre nascimentos, intervalo acumulado entre nascimentos, peso ao nascer, comprimento craniocaudal, índice de massa corporal (IMC), índice ponderal, escore de manchas de mecônio e porcentagem de leitões com o cordão umbilical rompido. Os leitões foram divididos em quatro grupos de acordo com a ordem de nascimento (Q1–Q4).

Resultados: A duração média do parto foi de 173,3 ± 85,9 minutos. O número total de leitões nascidos e nascidos vivos por leitegada foi de 14,1 ± 3,8 e 12,5 ± 3,5, respectivamente. A incidência de leitões nascidos mortos foi de 6,7% (54/801 leitões). As maiores porcentagens de nascidos mortos foram observadas em fêmeas com leitegadas grandes (≥17 leitões, 10,9%) em comparação com leitegadas pequenas (≤13 leitões, 6,1%) e moderadas (14–16 leitões, 2,8%). Os grupos Q3 e Q4 apresentaram maior incidência de nascidos mortos em comparação com Q1 e Q2. Em relação aos leitões nascidos vivos, os nascidos mortos apresentaram intervalo acumulado entre nascimentos mais longo (103,0 ± 3,71 vs. 142,4 ± 9,35 min), maior IMC (17,1 ± 0,15 vs. 18,4 ± 0,39 kg/m²), índice ponderal mais alto (63,7 ± 0,59 vs. 70,8 ± 1,59 kg/m³), maior escore de manchas de mecônio (1,78 ± 0,04 vs. 2,04 ± 0,10) e maior porcentagem de leitões com o cordão umbilical rompido (45,2% vs. 66,0%). Observou-se um aumento na incidência de leitões nascidos mortos a partir dos 60, 120, 150, 180 e ≥210 minutos após o nascimento do primeiro leitão, em comparação com os nascidos nos primeiros 30 minutos.
Conclusão: O estudo revelou que os leitões nascidos mortos em fêmeas suínas jovens hiperprolíficas estiveram associados a diversos fatores: leitegadas grandes (≥17 leitões), intervalo acumulado entre nascimentos prolongado (142,4 min), IMC elevado de 18,4 kg/m², índice ponderal alto de 70,8 kg/m³, maior escore de manchas de mecônio e maior porcentagem de leitões com o cordão umbilical rompido. Para reduzir o risco de nascidos mortos, especialmente em leitões com altos índices corporais nascidos no final do parto, recomenda-se intensificar a supervisão do parto em fêmeas jovens a partir de um intervalo acumulado de 60 minutos entre nascimentos.
Ngo C, Boonprakob R, Tummaruk P. Factors contributing to stillbirth in young hyper-prolific sows in a tropical free-farrowing system. Reproduction in Domestic Animals. 2024; 59(8): e14693. https://doi.org/10.1111/rda.14693