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Ficha de matriz: Um registro preciso é fundamental para melhorar os rendimentos produtivos

Compartilhamos um exemplo de ficha de matriz para registrar os dados básicos das reprodutoras, algo fundamental em todas as granjas, independentemente do seu tamanho.

26 Maio 2025
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Uma boa anotação dos dados nos permite planejar os acontecimentos, analisar os resultados e é de grande ajuda para poder avaliar possíveis causas quando surgem problemas.

A grande maioria dos programas de gestão gera suas próprias fichas, mas para aquelas granjas que não trabalham com esses programas ou para aquelas que preferem ter uma diferente, aqui trazemos um exemplo de ficha que poderia ser usada como referência.

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Dentro de la ficha debemos tener diferentes áreas:

Identificação e localização

  • Nº da matriz: Cada reprodutora deve estar identificada de forma individual para que seja possível registrar todas as suas informações.
  • Ciclo: Sempre considerando como ponto de partida o 1º parto da fêmea.
  • Raça: Para anotar a raça ou genética à qual pertence cada fêmea e, assim, poder posteriormente analisar os dados com base nessas informações.
  • Localização: Anotar em que local da granja cada fêmea está localizada e quando foi transferida para uma nova localização. (Nota: as transferências em determinados momentos do ciclo podem afetar os resultados reprodutivos).

Dados de cobertura/monta

  • 1º cobertura: Refere-se à monta/inseminação após a entrada na granja ou após o desmame.

    • X1: 1ª monta ou dose

    • X2: 2ª monta ou dose.
      Nota: muitas montas únicas? Muitas matrizes com três doses? O estudo das montas realizadas pode nos fornecer informações para analisar possíveis problemas.

  • Data: Anotar a data da cobertura é fundamental para saber a data aproximada do parto, além de planejar vacinações, movimentações etc.

    Nº do cachaço: Sempre devemos anotar o cachaço ou a identificação da dose de sêmen.

    Operador: Registrar quem realizou a cobertura pode nos ajudar a analisar os resultados por trabalhador.

    Observações: A matriz teve refluxo? Foi difícil que aceitasse a monta? Houve presença de sangue?

    Condição corporal: Anotar se a matriz está muito magra (1) ou muito gorda (5).

  • Diagnóstico de gestação: Devemos anotar a data prevista para o diagnóstico de prenhez e o resultado.

  • 1ª repetição: Se a matriz não ficar gestante, voltar ao cio e for novamente coberta, trata-se de uma 1ª repetição.

Histórico da matriz

  • Anotar o desempenho dos partos anteriores nos ajuda a planejar o manejo mais adequado para o parto atual. É importante registrar observações relevantes: matriz agressiva com os leitões, dificuldade para se alimentar na maternidade, costuma ter muitos natimortos, etc.
    Nota: Uma matriz que desmamou 12 leitões nos três primeiros partos dificilmente desmamará 14 leitões no 4º parto. As tetas que foram utilizadas em partos anteriores terão melhor produção nos partos seguintes.

Informação do Parto:

  • Data prevista do parto:
    A data de parto mais comum costuma ocorrer entre 114 e 116 dias após a cobertura, mas pode acontecer normalmente entre o dia 113 e o dia 120.
  • Data de indução:
    É fundamental seguir as instruções com precisão ao utilizar a programação de partos, jamais antecipando as datas. Por isso, registrar essa data é essencial para que os trabalhadores saibam quando o tratamento deve ser realizado.
  • Data do parto:
    Registrar a data real do parto permite estimar a duração real da gestação, os dias de lactação, a idade ao desmame, vacinações etc.

    É recomendável imprimir a ficha em uma folha A4 para ter espaço suficiente para anotar o monitoramento do parto, indicando em cada momento:

    Hora | Nascidos vivos | Natimortos | Observações (assistência, tratamentos etc.)

    Ao final do parto, deve-se anotar o total de nascidos vivos, natimortos e mumificados.

    Nota: Um registro preciso dos leitões em cada categoria (nascidos vivos, natimortos e mumificados) é fundamental para realizar uma avaliação correta dos resultados.

Manejo na maternidade

  • Registro de baixas: Registro de quando e por que ocorrem as baixas de leitões. É importante ter uma boa definição das possíveis causas das baixas para que posteriormente seja possível analisá-las e tomar decisões para melhorar.

    Transferência de leitões: Se transferirmos leitões de uma matriz para outra, devemos anotar o número de leitões doados ou recebidos e para qual matriz foram transferidos.

    Data do desmame: Dia em que os leitões são separados das mães.

    Nº de desmamados.

Exemplo:

A identificação do animal indica que se trata da matriz A205, de 4º ciclo e da raça Large White.

Com relação à localização, a matriz estava situada no galpão 1, fileira 2, baia 5, e foi transferida no dia 13/03/2025 para o galpão 3, baia 5. (Nota: as transferências em determinados momentos do ciclo podem afetar os resultados reprodutivos).

A matriz foi inseminada por José no dia 01/02/2025 com sêmen do cachaço PT 503 e apresentou um leve refluxo. Sua condição corporal era 3. No dia seguinte, foi inseminada novamente por Maria com dose do cachaço PT 305.

Ao analisarmos seu histórico, observamos:

  • Apresenta um número considerável de natimortos;
  • No último parto, precisou de auxílio para parir;
  • Nunca desmamou mais de 12 leitões.

Está previsto que ela pare no dia 27/05/2025. Calculamos essa data de parto considerando uma gestação de 114 dias a partir da última cobertura, por estar mais próxima da data estimada de ovulação. A duração da gestação pode variar de granja para granja, sendo normal ocorrer entre o 113º e o 120º dia pós-cobertura.

A indução do parto é uma ferramenta que deve ser cuidadosamente avaliada (ver artigo "Induzir ou não induzir o parto: a resposta mudou?").

O parto ocorreu em 28/05, com 15 nascidos vivos, 2 natimortos e 2 mumificados.

No mesmo dia, 28/05, ocorreram duas baixas: uma por esmagamento e outra de um leitão pequeno e inviável. O registro preciso das causas de morte é essencial para implementar medidas corretivas eficazes.

Dois leitões foram retirados no dia 29/05 e adotados pela matriz A302.

A face posterior da ficha é utilizada para anotar a evolução do parto. Anotações precisas ajudam a identificar se é necessário intervir durante o parto. O cuidador, ao perceber que em 30 minutos a matriz não pariu nenhum leitão e considerando seu histórico de natimortos, decide auxiliar o parto.

Tratamentos e vacinas devem ser registrados para garantir que foram realizados na data correta e para manter um controle rigoroso do período de carência dos medicamentos (os dias que devem se passar desde a aplicação de um produto até que o animal possa ser comercializado).

Redação 333

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