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Será que as fêmeas suínas serão 3três4? (2/2)

A combinação da redução de leitões NM e a diminuição da mortalidade pré-desmame (MPD) em quase 30%, permitiu conseguir desmamar um leitão a mais por fêmea.

Conforme dados obtidos, visitamos a granja e o proprietário confirmou que o parto foi induzido no dia 113 para que o nascimento ocorresse no dia 114. O procedimento utilizado foi: injetar prostaglandina no dia 113 e administrar ocitocina nas fêmeas que apresentaram sintomas de início do parto. Ao entrarmos nas baias, começamos a ver leitões pequenos e fracos (figura 6) que rapidamente relacionamos com a sincronização precoce do parto.

Leitões fracos ou com baixo peso ao nascer.
Leitões fracos ou com baixo peso ao nascer.

Figura 6: Leitões fracos ou de baixo peso ao nascimento.

Comprovamos que a curva de alimentação na gestação e pré-parto é a recomendada para a genética da granja. Além do mais, todos os parâmetros medidos coincidem com um caso de falta de peso e vitalidade nos leitões recém-nascidos por adiantamento do parto. Assim, decidimos deixar de induzir o parto para poder observar qual é a duração real da gestação nesta propriedade e, uma vez definida, tornar a sincronizar se assim for o desejo dos proprietários e colaboradores, mas desta vez na data adequada.

Simultaneamente, os funcionários foram treinados para a assistência ao parto mais natural, já que a única funcionária da maternidade está habituada ao uso de oxitocina para que todas as porcas acabem de parir na data prevista, também foi ensinado a recolher os dados de forma correta e a introduzi-los no software de gestão para que se possa analisar posteriormente.

A mudança de procedimentos foi realizada na primeira semana de Junho de 2014.

Apesar da preocupação da funcionária da maternidade, que não está de acordo em saber que algumas porcas irão parir sozinhas a noite, os lotes seguintes não foram sincronizados e como era de esperar a duração da gestação aumentou, no nosso caso em até 2 dias. A partir deste momento começaram a gerar os primeiros relatórios.

Como indicado no parágrafo anterior, a duração da gestação passou a ser de 116 dias (figura 7), 1,4 a mais em relação aos 114,6 que tinham antes, e começaram a nascer leitões de maior peso e vitalidade.

Comparação da duração da gestação entre o parto induzido aos 114 dias e o parto natural
Comparação da duração da gestação entre o parto induzido aos 114 dias e o parto natural

Figura 7: Comparação da duração da gestação entre parto induzido aos 114 dias e parto natural.

O número de leitões nascidos mortos em partos induzidos era de 8,4 %, um número não muito alto mas possível de melhora. Os dados obtidos desde que parou-se de induzir o parto e começou um manejo mais natural com menos uso de oxitocina, indicaram que a porcentagem de nascidos mortos reduziu em 40 %, ficando este índice em uma média de 5,2 % de leitões nascidos mortos (NM), assim como mostra a figura 8.

Evolução na porcentagem de leitões natimortos antes e depois de permitir o parto natural das fêmeas.
Evolução na porcentagem de leitões natimortos antes e depois de permitir o parto natural das fêmeas.

Figura 8: Evolução na porcentagem de leitões nascidos mortos antes e depois de permitir o parto natural das fêmeas.

Graças a combinação da redução de leitões NM e a diminuição da mortalidade pré-desmame (MPD) em quase 30%, ficando esta porcentagem em 10,2 %, finalmente conseguiu-se o objetivo final: desmamar um leitão a mais por fêmea. A partir desse momento a granja tem uma média de desmamados de 10,9 , o que antes era 9,6 (figura 9).

Resultados comparativos da indução do parto em 114d e o parto natural.
Resultados comparativos da indução do parto em 114d e o parto natural.

Figura 9: Resultados comparativos de induzir o parto aos 114d e o parto natural.

Em outubro de 2014, não voltou a induzir o parto das fêmeas. A funcionária, que não estava muito convencida no início do processo, disse-nos que a mudança facilitou o seu trabalho. Os partos acontecem de forma escalonada em vários dias e a funcionária tem mais tempo para realizar a assistência aos leitões, ajudar na mamada adequada do colostro (figura 10) e cuidar dos mais fracos, como os que sofrem Splay Leg. Além disso, observou-se que os leitões são mais autônomos no momento de procurar o teto e mamar colostro (figura 11).

A funcionária da maternidade tem mais tempo para descansar e cuidar dos leitões mais fracos.
A funcionária da maternidade tem mais tempo para descansar e cuidar dos leitões mais fracos.

Figuras10 e 11: A funcionária da maternidade dispõe de mais tempo para fornecer colostro e cuidar dos leitões mais fracos.

Esta propriedade trabalha com horário intensivo. Desde a mudança de protocolo, que teve início em junho, em que se deixou de usar prostaglandina para sincronizar os partos, decidiram que a funcionária terá horário dividido nos 3 dias mais importantes de partos. Durante o tempo que ela não está nas salas, porque vai almoçar os outros companheiros terminam a sua jornada, ensinaram outra funcionária a cuidar dos partos na sua ausência.

Por um lado, este estudo demonstra que uma intervenção incorreta sobre os animais pode ser contraproducente para a produção. O parto é um processo natural da porca, é necessário um controle do processo, mas sempre conhecendo as características da genética com que se está trabalhando e adaptar os procedimentos às suas necessidades ou retirando-os, se for o caso.

Por outro lado, a análise dos dados obtidos na propriedade é uma ferramenta de apoio básica, que complementa a observação direta nas granjas e que ajuda na detecção de problemas e no monitoramento dos resultados das mudanças que tenham sido realizadas.

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