Prevenção da deficiência de ferro em leitões lactentes
Quando se trata do assunto suinocultura, o Brasil ocupa a 4ª posição no ranking de produção mundial e 4ª colocação se tratando de exportação. O consumo per capita de carne suína vem crescendo ao longo dos anos, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2023 76,15% da produção foi destinada ao mercado interno, sendo que o consumo per capita foi de 18,3 kg/hab.
Os principais estados onde encontram-se os maiores rebanhos de matrizes no Brasil são: Santa Catarina, Paraná, Rio Grande Do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso Do Sul e Goiás. Os três estados da região sul do Brasil concentram o maior número de animais, e consequentemente a maior produção de carne suína.
No mundo da suinocultura, a busca por práticas que promovam a saúde e o bem-estar dos animais são fundamentais para garantir a produtividade das granjas e consequentemente a qualidade da carne. Soluções inovadoras, tecnologias e produtos de qualidade que podem transformar a criação de leitões e impactar positivamente a indústria de carne suína estão cada vez mais presentes. Por isso, é imprescindível a assertividade e a escolha de produtos que promovam saúde e longevidade para os animais.
Para que o sucesso da criação seja garantido, é imprescindível que os cuidados e manejos com os animais sejam seguidos assiduamente. Desde o nascimento, é necessário seguir alguns passos que impactam diretamente no desempenho dos animais. A anemia ferropriva é uma condição comum em leitões, especialmente nas primeiras semanas de vida. Essa deficiência de ferro se não corrigida, afetará diretamente o desenvolvimento dos animais e consequentemente a produtividade.
O ferro é essencial para a composição de hemoglobina, citocromos e diversas enzimas. A hemoglobina liga-se ao oxigênio liberando-o para os tecidos. Sua deficiência provoca alterações no processo de respiração celular, causando prejuízo a todo organismo do animal.
Os leitões nascem com reservas limitadas de ferro (aproximadamente 40 mg), as quais esgotam-se em torno de cinco dias de vida. O colostro tem níveis de ferro que permitem economizar, parcialmente reservas de ferro no primeiro dia de vida do leitão. O leite da porca é pobre no fornecimento de ferro para o leitão, suprindo 10 a 20% e por isso, 80 a 90% das necessidades precisam ser retirados dos depósitos de ferro do organismo. A necessidade média diária para manter níveis fisiológicos normais de hemoglobina, além de promover o crescimento adequado é de aproximadamente 7mg/dia, principalmente nas primeiras semanas. Entretanto, mesmo que as dietas para os leitões sejam ricas em Fe, o consumo nos primeiros dias é insignificante para suprir pelo menos parte da exigência. Por este motivo, é necessário e indiscutível a aplicação de ferro (intramuscular ou subcutâneo) nos primeiros dias de vida.
Este manejo é crucial para o desempenho dos animais, e por conta disso a escolha do ferro deve ser assertiva, priorizando produto de qualidade, preferencialmente de 1ml devido ao menor volume aplicado, e que a sua aplicação seja segura e o mais cedo possível. É indispensável que o produto contenha a dose indicada e que não haja refluxo durante a aplicação. É importante ressaltar sobre o cuidado quanto as formulações do produto, seguindo a indicação do dia ideal de aplicação conforme bula, pois quando livre no soro o ferro pode causar intoxicação.
A anemia ferropriva pode levar a uma série de problemas de saúde, que afetam o desempenho e a qualidade dos leitões. Leitões anêmicos têm seu crescimento mais lento, e apresentam ganho de peso reduzido, o que compromete a eficiência produtiva. Além disso, a deficiência de ferro afeta negativamente o sistema imunológico, tornando os leitões, mas suscetíveis a infecções e doenças secundárias ocasionando mortalidade. A anemia em leitões pode ser diagnosticada com uma a três semanas de idade pelo exame das mucosas em leitões visivelmente pálidas, pelos eriçados e ásperos.
Figura 1. Leitão anêmico. Fonte: acervo da autora.
Segundo Barcellos (2022), outras manifestações clínicas são anorexia, depressão na taxa de crescimento, leve taquipneia, cerdas ásperas, aparência rugosa da pele, orelhas e caudas pendentes. Em geral, adquirem aspecto de “refugo” e procuram isolar-se dos demais. Na maioria dos casos, constata-se diarreia de coloração amarelada ou esverdeada. Além disso, poderão ocorrer infecções respiratórias e digestivas ocasionando aumento de mortalidade.
Mesmo que a anemia ferropriva seja um desafio significativo na criação de leitões, com produto de qualidade e manejo adequado é possível minimizar seus efeitos e promover a saúde dos animais. Investir na prevenção da anemia não só melhora o bem-estar dos leitões, mas também assegura a produção de carne suína de alta qualidade, contribuindo para a sustentabilidade e rentabilidade da suinocultura.
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