Estratégia no controle e disseminação do vírus influenza nos sistemas de produção de suínos

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Responsável por causar perdas significativas na performance dos suínos, alternativas para o controle do agente Influenza precisam ser consideradas.

A influenza suína é uma doença infecciosa aguda do trato respiratório, a qual possui uma alta taxa de transmissão entre os suínos, desse modo acometendo o plantel como um todo em um curto período de tempo. O vírus influenza tipo A (VIA), responsável pela influenza suína é caracterizado por três subtipos principais, sendo eles o H1N1 pandêmico, H3N2 e H1N2, esta característica de possuir diferentes subtipos juntamente com sua alta capacidade de sofrer mutações, faz com que a Influenza suína tenha uma ampla distribuição nos planteis tornando-se uma doença de difícil controle (BARCELOS & GUEDES, 2022).

Ao infectar o suíno, o VIA causa doença respiratória aguda e hipertermia, atuando de forma única ou em conjunto com outros agentes que fazem parte do complexo de doenças respiratórias dos suínos, o que pode agravar a sintomatologia clínica. Essa piora no quadro por meio da presença de outros agentes fica claro quando avaliamos a doença em uma ótica financeira, onde em rebanhos acometidos somente pelo VIA as perdas financeiras giram em torno de U$ 3,23 por suíno terminado, enquanto em rebanhos acometidos pelo VIA em conjunto com o Mycoplasma hyopneumoniae, agente endêmico em granjas brasileiras, os prejuízos podem atingir até U$ 10,41 por suíno terminado (HADEN et al., 2012).

Apesar das dificuldades em controlar o vírus influenza, existem alternativas que podem ser utilizadas visando mitigar os desafios, para isso medidas de controle precisam ser adotadas de forma precisa. É valido lembrar que antes de implementar medidas efetivas é preciso entender a dinâmica do vírus, sendo que o leitão nasce livre do vírus influenza, porém sem imunidade para o mesmo, e desse modo altamente susceptível a infecção, adquirindo o VIA ainda na UPD e disseminando para os demais leitões após a mistura na fase de creche (ALLERSON et al., 2014).

Desse modo, fica claro que o controle da influenza suína ainda na UPD é um ponto crucial visando desmamar leitões negativos para o agente. Para atingir este objetivo, a vacinação do plantel reprodutivo de forma massal nas UPD’s se mostra uma alternativa viável para o controle da doença nos planteis, sendo esta metodologia já descrita em diversos trabalhos demonstrando sucesso em seus resultados.

Em um estudo conduzido por Chamba Pardo et al 2018, avaliando 83 granjas no sistema de produção americano demonstrou que a vacinação massal do plantel reprodutivo contra o vírus influenza diminuiu em praticamente 50% a probabilidade de se ter leitões positivos ao desmame, demonstrando a efetividade da metodologia. Ainda pensando na redução da transmissão do vírus nos leitões, Allerson et al., 2014 conduziu um estudo visando comparar a taxa de transmissão do vírus influenza em leitões filhos de matrizes vacinadas com leitões filhos de matrizes não vacinadas, onde observou uma taxa de transmissão de 10,4 em leitões filhos de mães não vacinadas, e de 0,8 em leitões filhos de mães vacinadas.

Desse modo, pensando no controle desta importante doença nos sistemas de produção, há dez anos a Zoetis possui em seu portifólio Flusure Pandemic, vacina que visa a prevenção da influenza suína indicada para suínos sadios a partir da terceira semana de vida e porcas prenhes, visando a redução dos impactos negativos e de lesões pulmonares causadas pelo vírus influenza.

Referências

BARCELLOS, D. E. S. N.; GUEDES, R. M. C. Doenças dos suínos. 3. ed. Porto Alegre: Professor David Barcellos , 2022. 1060 p.

ALLERSON, M; DEEN, J; DETMER, S, et al. The impact of maternally derived immunity on Influenza A virus transmission in neonatal pig populations. Vaccine, v. 31 p. 500 – 505. 2014

CHAMBA PARDO, F. O; SCHELKOPF, A; ALLERSON, M., et al. Breed – to – wean farm factors associated with influenza A virus infection in piglets at weaning. Preventive Veterinay Medicine, v. 161, p. 33 – 40. 2018

HADEN, C.; PAINTER, T.; FANGMAN, T., et al. Assessing production parameters and economic impact of swine influenza, PRRS and Mycoplasma hyopneumoniae on finishing pigs in a large production system. Proceedings. Denver, 2012 American Association of Swine Veterinarians Annual Meeting, 2012.

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