O primeiro relatório Estado da Saúde Animal no Mundo, publicado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), alerta sobre a disseminação de doenças infecciosas animais para novas regiões, muitas das quais com potencial zoonótico.
Quase metade das doenças listadas pela OMSAe notificadas entre 2005 e 2023 foram consideradas uma ameaça à saúde humana, com potencial de infecção zoonótica, ou seja, transmissão de animais para humanos.

Entre os dados apresentados, o relatório revelou que o número de surtos de influenza aviária em mamíferos mais do que dobrou no ano passado em comparação com 2023: foram 1.022 surtos em 55 países, contra 459 em 2023. Essa expansão aumenta o risco de o vírus se adaptar para transmissão entre mamíferos e, eventualmente, para seres humanos. Além disso, foi identificada a reemergência da peste dos pequenos ruminantes na Europa, bem como a chegada da peste suína africana ao Sri Lanka, a mais de 1.800 km do surto mais próximo.
O relatório aponta as mudanças climáticas e o aumento do comércio como fatores que influenciam a disseminação e a prevalência das doenças animais. Muitas delas são evitáveis com uma combinação de vacinação, higiene aprimorada e medidas de biossegurança. No entanto, o relatório observa que o acesso a vacinas animais ainda é desigual ao redor do mundo. Também foi enfatizada a importância da prevenção de doenças para reduzir a necessidade de tratamentos com antibióticos e limitar o desenvolvimento de doenças resistentes a medicamentos.
Até 2050, projeta-se que a resistência aos antimicrobianos possa causar perdas na pecuária que coloquem em risco a segurança alimentar de dois bilhões de pessoas, além de resultar em uma perda econômica de US$ 100 trilhões, caso ações urgentes não sejam tomadas.
Os dados mais recentes indicam que o uso de antimicrobianos, incluindo antibióticos, em animais caiu 5% entre 2020 e 2022. A maior redução foi observada na Europa (23%), seguida pela África (20%). No entanto, um em cada cinco países ainda utiliza antimicrobianos como promotores de crescimento, prática desencorajada pela OMSA.
23 de maio de 2025/ OMSA
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