O Comitê de Bem-Estar Animal recomendou que o CO₂ seja eliminado gradualmente como método de insensibilização de suínos antes do abate, dentro de um prazo de cinco anos.
O órgão consultivo independente, que assessora o Defra e as administrações descentralizadas, publicou um parecer sobre os “impactos no bem-estar dos suínos da insensibilização com gás CO₂ em alta concentração e dos possíveis métodos alternativos de insensibilização”.

O relatório afirma que a exposição de suínos conscientes a altas concentrações de CO₂ está associada a três principais preocupações de bem-estar: dor, sofrimento respiratório e medo. O documento analisa a viabilidade de outros métodos de insensibilização, incluindo a exposição a uma mistura de gases inertes, como argônio ou nitrogênio. Observa que há “desafios técnicos” no uso de gases inertes nos sistemas atuais de CO₂ ou em sistemas modificados.
No entanto, afirma que a imersão em argônio “causa uma reação visível imediata mínima, uma vez que esses gases não podem ser detectados diretamente pelo suíno”. “No entanto, a indução da inconsciência continua sendo gradual, e deve-se observar que todas as misturas letais de insensibilização por atmosfera controlada estão associadas a algum grau de comprometimento do bem-estar”, diz o relatório.
Acrescenta ainda que não há benefício de bem-estar em adicionar CO₂ aos gases inertes. O relatório também aborda a insensibilização elétrica, dispositivos de percussão (captive bolt), o manejo pré-insensibilização e considera questões relacionadas à qualidade da carne e aos custos, além de discutir a ética dos diferentes métodos.
O documento faz várias recomendações ao governo e à indústria, incluindo:
- O uso de CO₂, inclusive em combinação com gases inertes, como método de insensibilização de suínos, deve ser proibido para evitar que os animais sofram dor, angústia ou sofrimento evitáveis durante o abate, associados a altas concentrações de CO₂.
- Qualquer período de transição concedido à indústria para permitir a mudança para métodos alternativos de abate deve ser o mais curto possível e, em qualquer caso, dentro de cinco anos. A indústria deve buscar implementar as mudanças o mais rápido possível.
- As linhas de abate devem ser aprovadas para abater no máximo um número especificado de animais por hora, de modo que cada animal tenha tempo para se mover pelo sistema sem a necessidade de coerção física.
- A legislação deve ser alterada para exigir que os suínos sejam mantidos em um pequeno grupo social, de preferência com animais do mesmo grupo de criação, durante o descanso pré-abate e o abate.
- O governo e a indústria devem incentivar pesquisas em tecnologias, como sistemas automatizados de monitoramento por vídeo, para avaliar o bem-estar animal e detectar danos no manejo, insensibilização e processos de abate nos frigoríficos.
16 de outubro de 2025/ National Pig Association/ Reino Unido.
https://nationalpigassociation.co.uk



