Contexto global favorece o Brasil
O Brasil se consolidou nos últimos anos como um fornecedor competitivo de carne suína. Essa competitividade tem permitido ao país ampliar sua presença internacional, mesmo diante das incertezas no comércio global.

O Brasil deve ganhar participação de mercado em países mais sensíveis ao preço, à medida que tarifas e questões sanitárias mudam a dinâmica do comércio em 2025: a China impôs tarifas retaliatórias ao Canadá e aos Estados Unidos, e abriu uma investigação antidumping contra a União Europeia, com conclusão prevista para junho. Além disso, surtos de peste suína africana seguem afetando a produção em regiões como Europa, Vietnã, Filipinas e Coreia do Sul, o que tende a aumentar a demanda por importações.
Diversificação de mercados
Em 2020 e 2021, a China chegou a representar 55% das exportações brasileiras de carne suína, durante um período crítico de surtos da PSA no país asiático. Em 2024, essa participação caiu para 18%, reflexo de uma demanda mais fraca devido à recuperação da produção interna chinesa e à desaceleração econômica.
Apesar da queda, o Brasil tem compensado perdas com acesso a 17 novos mercados em 2024, alcançando mais de 100 destinos no total. Ganharam destaque os embarques para Filipinas, Chile, Japão, Singapura, México, Coreia do Sul, Argentina e República Dominicana. O aumento de quase 20% das exportações para mercados fora dos cinco principais destinos mostra a capacidade do Brasil de se adaptar rapidamente às mudanças no comércio internacional, o que será fundamental para sustentar o crescimento em 2025 (Figura 1).

Competitividade internacional
Mesmo com alta nos preços de exportação em 2024, a carne suína brasileira ainda apresenta um desconto significativo em comparação com outros grandes exportadores. Isso posiciona o país estrategicamente para conquistar mercados como o Japão, projetado como o segundo maior importador global em 2025, atrás apenas do México.
Em 2024, devido à desvalorização da moeda e inflação interna, o Japão aumentou as compras de carne congelada e reduziu a importação de carne fresca ou resfriada, favorecendo exportadores como o Brasil. A carne suína brasileira, por limitações sanitárias, só pode ser vendida ao Japão na forma congelada, o que alinha oferta e demanda. A participação brasileira no mercado japonês cresceu quase 4%.
A expectativa é que outros grandes importadores também priorizem produtos congelados devido à pressão econômica, o que reforça o potencial de crescimento das exportações brasileiras.
Perspectivas
O avanço do Brasil em 2025 dependerá da manutenção dos baixos custos de produção e da capacidade de acesso a novos mercados, especialmente em um cenário de instabilidade comercial global.
Apesar da expansão projetada, os Estados Unidos devem continuar liderando o ranking mundial de exportadores de carne suína, devido à qualidade e confiabilidade do produto norte-americano.
Faça o download do relatório completo aqui (inglês).
07 de maio de 2025 /USDA/ Estados Unidos
https://www.fas.usda.gov