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O preço em Minas Gerais chega a R$ 7,00

É a primeira vez que acontece isso?

O preço nominal do kg do suíno vivo está em R$ 7,00.

É a primeira vez que acontece isso?

Nominalmente sim mas, se observarmos uma série de preços médios mensais, corrigidos pela inflação brasileira do período pós Plano Real que aconteceu em 1994 e combateu décadas de inflação crônica e descontrolada, vamos encontrar uma repetição desse patamar de valor em média de 4 em 4 anos. Algumas vezes mais cedo, outras um pouco mais tarde, como mostra a Figura 1.

Figura 1: Preços de suínos vivos em MG pelo IGP-M.
Figura 1: Preços de suínos vivos em MG pelo IGP-M.

Na tabela 1 temos uma análise desses períodos, com os preços de pico atualizados pelo IGP-M.

Tabela 1: Preços reais equivalentes a R$ 7,00 do suíno vivo em MG.
Tabela 1: Preços reais equivalentes a R$ 7,00 do suíno vivo em MG.

Isso garante que seja um evento cíclico?

Não diria isso. Em economia e mercados o futuro não está contido no passado, embora analisar passado seja uma forma de procurarmos algum entendimento dos eventos que alteram os negócios e nossas vidas.

O preço máximo desse período pós Plano Real aconteceu em dezembro de 2004 com o equivalente a preços atuais de R$ 7,68. O pico daquela data foi devido ao enxugamento da produção e oferta resultante da crise de 2002/2003. A suinocultura era mais pulverizada e o mercado “spot” era muito maior.

Embora eu acredite que iremos superar os preços daquele momento pelo encontro de 2 eventos de grande magnitude de transformação que são o enxugamento de oferta de suínos na Ásia associado à Epidemia de Covid19, vale uma reflexão sobre o que está acontecendo com a cadeia de produção no longo prazo.

Desde então, a suinocultura brasileira vem se verticalizando gradativamente e os tradicionais ciclos do capitalismo, resultantes das flutuações de médio prazo da oferta e da procura podem estar se alterando.

Como exercício, tente imaginar o que teria acontecido com a suinocultura brasileira a partir de 2018 sem os eventos que diminuíram a produção de suínos na Ásia, especialmente na China.

Para facilitar, observe o gráfico abaixo de abate trimestral em kg baseado nos dados do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística abaixo (Figura 2).

Figura 2:  Abate trimestral de suínos no Brasil em kg, de acordo com o IBGE.
Figura 2:  Abate trimestral de suínos no Brasil em kg, de acordo com o IBGE.

Prepare-se para o futuro com um olhar crítico sobre o passado.

A produção de suínos vivos pela agroindústria não é para a comercialização, é apenas como matéria prima para os seus produtos de frigoríficos visando o consumidor final na ponta do varejo. É uma lógica diferente do produtor independente.

O intervalo de “solução pelos preços” para a parcela de produtores independentes pode estar ficando cada vez mais longo pela resiliência da produção nacional.

Dessa forma, se preparar financeiramente, tecnologicamente e na gestão pode ser decisivo para ultrapassar e superar o próximo ciclo de baixa.

Um dia ele virá!

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