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Vitaminas: Compostos orgânicos essenciais - Avaliação e necessidades

Como se expressa a quantidade de vitaminas?
Como são estimadas as necessidades e as margens de segurança das vitaminas em suínos?
A estabilidade da atividade vitamínica pode ser comprometida?

Unidades de medida

O conteúdo de vitaminas dos alimentos é expresso em: microgramas (µg), miligramas (mg ou mg/kg = ppm) e Unidades Internacionais (UI).

A UI é uma medida padronizada que expressa a atividade vitamínica com base em sua atividade biológica (seu efeito final), em vez de sua quantidade.

A UI difere de uma vitamina para outra e é estabelecida pelo Comitê de Padronização Biológica da OMS.
Existem duas razões para avaliar a atividade vitamínica em termos de UI, em vez de expressá-la em unidades de peso:

  1. A primeira é que existem provitaminas ou diferentes formas químicas de uma mesma vitamina cuja atividade potencial varia, e a UI é uma forma de expressar sua atividade equivalente.
  2. A segunda é que, com frequência, em vez de determinar o conteúdo exato, são realizados ensaios biológicos e microbiológicos, que não indicam necessariamente a quantidade, mas sim uma estimativa da atividade.

Por exemplo, existem três formas químicas de fornecer vitamina A, e cada uma tem diferentes equivalências para suínos:

Retinol acetato (3a672a) 1 U.I. = 0,344 µg retinol acetato
Retinol palmitato (3a672b) 1 U.I. = 0,5458 µg retinol palmitato
Retinol propionato (3a672c) 1 U.I. = 0,3585 µg retinol propionato

Cálculo de necessidades e margem de segurança

Determinar com exatidão as necessidades de vitaminas dos animais é impossível, já que se trata de compostos presentes em quantidades ínfimas no organismo. Por isso, os valores apresentados nas diferentes tabelas de recomendações são obtidos a partir de estimativas baseadas em dois critérios:

  1. Conhecimento relacionado à função e ao metabolismo orgânico de cada vitamina.
  2. Conhecimento dos sintomas de sua deficiência.

As necessidades são estimadas com base em testes experimentais de resposta, a fim de determinar:

1) as necessidades mínimas, ou seja, a quantidade mínima diária de vitamina capaz de prevenir sintomas de deficiência; e 2) as necessidades ótimas, ou seja, a quantidade diária de vitamina que o animal precisa receber para atingir a máxima produção.

As necessidades recomendadas nas tabelas de referências nutricionais, como as da FEDNA (2013) ou do NRC (2012), definem a quantidade de vitamina que deve ser administrada (por dia ou por kg de ração) a um suíno para satisfazer suas necessidades mínimas com uma margem de segurança.

É comum encontrar nas tabelas um valor médio e uma faixa para cada vitamina.

Por exemplo, a FEDNA (2013) recomenda entre 6,0 e 8,5 milhões de UI/kg de ração de vitamina A, sugerindo 7,5 milhões de UI/kg em rações para suínos em crescimento.
A Figura 1 ilustra como varia a resposta do animal em função do nível de vitaminas fornecido na dieta:

  • Zona 1 (Deficiência): corresponde a níveis marginais de vitamina, abaixo das exigências mínimas, o que limita a resposta do animal e pode provocar sinais de deficiência.
  • Zona 2 (Nível mínimo): indica o ponto em que a inclusão de vitamina é suficiente para prevenir deficiências clínicas, embora não garanta necessariamente o máximo desempenho.
  • Zona 3 (Ótimo): representa os níveis adequados que permitem ao animal expressar seu potencial genético, assegurando tanto as exigências básicas quanto uma margem de segurança.
  • Zona 4 (Tolerância): nesse intervalo, os níveis de vitamina superam o necessário; contudo, não geram efeitos adversos.
  • Zona 5 (Toxicidade): o excesso de vitamina atinge níveis prejudiciais ao animal, causando efeitos tóxicos.

Relación entre el nivel de vitamina y la respuesta del animal

Além disso, fatores como infecções, níveis elevados de estresse ou fases com altas exigências metabólicas, como a lactação ou o pós-desmame, podem limitar a capacidade de absorver ou produzir certas vitaminas, ou ainda modificar a resposta do animal e deslocar os limites de cada zona.
De fato, diversos estudos demonstraram que a suplementação supranutricional, ou seja, acima dos níveis-padrão recomendados, pode ter efeitos benéficos adicionais. Essa estratégia pode melhorar a qualidade da carne graças ao efeito antioxidante de determinadas vitaminas, bem como fortalecer a capacidade antioxidante do organismo, reduzindo o estresse oxidativo e favorecendo o bem-estar animal (Liu et al., 2016; Smołucha et al., 2024).

Antigamente, as rações costumavam ser formuladas com uma superdosagem de vitaminas; sem chegar à zona 4 de tolerância, os níveis práticos normalmente se situavam na margem direita da zona 3, como consequência da ampla disponibilidade de compostos vitamínicos e do preço acessível.

Atualmente, a disponibilidade e a qualidade do produto às vezes são comprometidas, razão pela qual é conveniente revisar periodicamente a dosagem vitamínica.

Estabilidade das vitaminas

Atualmente, as vitaminas são obtidas quimicamente por meio de processos de fermentação microbiana (fermentação em larga escala utilizando microrganismos modificados ou selecionados por sua alta capacidade de síntese) ou por síntese química (uso de rotas químicas sintéticas a partir de precursores petroquímicos ou naturais). Ambos os métodos permitem um controle rigoroso tanto da qualidade quanto da atividade das vitaminas. No entanto, algumas vitaminas são sensíveis à ação da umidade, do calor, da luz, dos íons de metais pesados, do pH e dos processos de oxidação e redução (Surson et al., 2011; Saensukjaroenphon et al., 2020; Saensukjaroenphon et al., 2022).

Assim, nos corretivos vitamínico-microminerais, a estabilidade da atividade vitamínica pode ser comprometida. Portanto, é fundamental garantir um armazenamento adequado e respeitar as orientações do fabricante quanto aos prazos e condições de uso dos corretivos vitamínico-microminerais.

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