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Expansão da suinocultura no Paraguai: Hugo Schaffrath fala sobre a chegada do Grupo Costa Food

A suinocultura paraguaia vive um momento histórico. A entrada do Grupo Costa Food, segundo maior grupo cárnico da Espanha, na Granja San Bernardo inaugura um projeto de expansão sem precedentes, com meta de alcançar 40 mil matrizes e transformar o Alto Paraná em um novo polo produtivo. Em entrevista exclusiva, Hugo Schaffrath revela como a parceria nasceu, o que motivou o investimento e quais são os impactos esperados para o setor e para o país.

4 Dezembro 2025
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A Granja San Bernardo, no Paraguai, é reconhecida por sua produtividade consistente e pelo desempenho de destaque em avaliações internacionais. Nos últimos oito ciclos avaliados pelo Melhores da Agriness, conquistou seis Leitões de Ouro e dois Leitões de Prata.

Neste ano, a operação chamou a atenção do Costa Food Group, o segundo maior grupo cárnico da Espanha, com 170 mil matrizes suínas, abate anual de 80 milhões de frangos e forte presença na cadeia do porco ibérico, sendo um dos grandes produtores de jamón ibérico.

Com a abertura do pacote acionário, o grupo espanhol adquiriu a maioria das ações da Granja São Bernardo, dando início a uma parceria estratégica que marca o começo de um grande projeto de expansão da suinocultura no país.

Na entrevista a seguir, Hugo Schaffrath, proprietário da granja, conta como tudo começou, o que motivou o investimento e quais são as perspectivas para o futuro da atividade na região.

1. Como se iniciou o contato entre a sua granja e o Grupo Costa Foods?

O primeiro contato ocorreu quando eles vieram ao Paraguai e se reuniram com todos os atores da cadeia de produção suína, desde os maiores produtores até as indústrias. Nós estávamos entre esses produtores.

2. Quais foram os principais fatores que chamaram a atenção do Costa ao avaliar a Granja San Bernardo?

Eles destacaram nossa postura clara sobre o negócio, os números da granja e a força da nossa equipe, tanto administrativa quanto de produção. O grupo percebeu que poderia desenvolver esse projeto inicial de chegar a 40 mil fêmeas no Paraguai justamente por aquilo que já demonstramos: resultados de produtividade, conhecimento do setor e capacidade de treinar pessoas para crescer. Esse conjunto de fatores motivou o Costa a fechar a parceria conosco.

3. Como será o projeto de construção e entrada em operação?

O projeto prevê 40 mil fêmeas, trabalhando em um sistema de integração. Produziremos os leitões em três UPDs de 13.500 matrizes cada. Já iniciamos a construção da primeira UPD e, antes mesmo de concluí-la, começaremos a segunda, e assim sucessivamente com a terceira.

Entre a primeira e a segunda UPD, iniciaremos a construção do frigorífico. Nessa primeira etapa, utilizaremos a estrutura de abate já disponível no país, que possui capacidade ociosa, permitindo absorver o volume inicial de produção. A indústria própria será construída a partir da segunda etapa, quando o volume abatido alcançará aproximadamente 900 mil suínos por ano.

O objetivo final é que, com as 40 mil matrizes instaladas, possamos produzir cerca de 1.400.000 animais abatidos por ano.

Vista aérea do projeto atual e terraplanagem da nova granja.
Vista aérea do projeto atual e terraplanagem da nova granja.

4. O grupo pretende trabalhar principalmente com o mercado interno, exportação ou ambos?

O foco principal do projeto é a exportação. O Paraguai é um país pequeno, com cerca de 7 milhões de habitantes e consumo per capita ao redor de 10 kg, número que vem crescendo. Acreditamos que esse consumo possa aumentar cerca de 0,5 kg por habitante ao ano.

O mercado interno deve crescer, mas o objetivo central é atender o mercado externo. O Grupo Costa já possui habilitação para 107 países, o que abre muitas portas. Sempre que houver espaço para o mercado interno, disponibilizaremos produtos, mas garantindo que isso não prejudique os produtores paraguaios, pois esse é um compromisso nosso.

5. Como você enxerga o impacto social e econômico para a região do Alto Paraná e fronteira?

O projeto está inserido no Alto Paraná e terá um impacto gigantesco. Estimamos gerar, apenas na produção de leitões, mais de 500 empregos diretos. Na indústria, serão mais de mil. Na região, existem cerca de 450 produtores e famílias que também serão beneficiados.

Nossa estimativa total é de aproximadamente 2.500 empregos diretos e 15 mil empregos indiretos, resultando em uma movimentação extremamente importante para toda a região, que deverá passar por um desenvolvimento muito significativo.

6. Na sua opinião, o que esse movimento do Costa representa para o futuro da atividade no país?

Acredito que seja um divisor de águas. Hoje, o Paraguai inteiro tem cerca de 42 mil matrizes. Já existem outros projetos em expansão: três empresas que juntas devem adicionar cerca de 20 mil matrizes. Mas um único projeto desse porte certamente marcará o antes e depois da suinocultura paraguaia. E isso é só o começo. Esse movimento motivou outros atores da cadeia a também crescerem, contribuindo para o desenvolvimento de todo o país.

A parceria entre a Granja San Bernardo e o Costa Food Group marca um novo capítulo para a suinocultura no Paraguai. Com investimento, escala e visão de longo prazo, o projeto coloca o país em rota de crescimento acelerado e abre espaço para novas oportunidades em toda a cadeia produtiva, sinalizando um futuro promissor para produtores, indústria e mercado.

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