De acordo com o Boletim do Suíno (maio/2025) publicado pelo Cepea, o mercado de suínos apresentou desempenho firme ao longo de maio, com preços sustentados nas primeiras semanas graças ao tradicional aumento na demanda motivado pelo Dia das Mães. No entanto, o cenário mudou na reta final do mês, com recuo nas cotações diante de uma procura mais fraca e de um ambiente especulativo influenciado pela gripe aviária. Apesar da queda nos últimos dias, os valores médios mensais do suíno vivo e da carne suína ficaram acima dos registrados em abril.
No atacado da Grande São Paulo, a carcaça especial suína foi comercializada a R$ 12,74/kg em maio, o que representa uma valorização de 2,4% frente ao mês anterior. Entre os cortes acompanhados, destaque para a costela, com alta de 3,5%, chegando a R$ 17,72/kg. Já o carré teve leve variação positiva de 0,1%, com média de R$ 13,61/kg.

Exportações seguem fortes, com recorde histórico para o mês
Mesmo com queda no volume embarcado em relação a abril, o Brasil alcançou um novo recorde para o mês de maio nas exportações de carne suína. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram exportadas 117,5 mil toneladas da proteína, volume 13,7% superior ao de maio de 2024, embora 8,1% menor que o registrado em abril deste ano.
A média diária de embarques caiu de 5,5 mil para 5 mil toneladas, refletindo diretamente na redução da receita, que ficou em R$ 1,64 bilhão — uma queda mensal de 5,2%, mas com expressivo avanço de 42,6% na comparação com maio do ano passado.
Entre os principais destinos da carne suína brasileira, houve queda nos embarques para China (-20,7%), Filipinas (-5,1%) e Hong Kong (-41,2%). Por outro lado, países como Chile (+20,2%), Japão (+15,5%) e Singapura (+23,8%) ampliaram suas compras no período.
Concorrência acirrada com frango e boi
Apesar da valorização da carne suína, o produto perdeu competitividade em relação às demais proteínas. A diferença de preço entre a carcaça suína e o frango inteiro resfriado no atacado da Grande São Paulo subiu para R$ 4,09/kg em maio — um aumento de 9,9% frente ao mês anterior. Já em relação à carcaça bovina casada, essa diferença caiu para R$ 9,27/kg, queda de 11,6%.
Os preços da carne de frango recuaram 0,8% no mês, impactados pelo maior volume direcionado ao mercado interno após a confirmação de um caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) no Rio Grande do Sul. Já a carne bovina registrou desvalorização de 4% em maio, com vendas internas enfraquecidas pelo baixo poder de compra da população e estoques elevados nos atacadistas, apesar de exportações firmes.
12 de junho de 2025 /Redação 333 com dados do Cepea/ Brasil
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