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Tendências emergentes do mercado de carne suína e perspectivas

A FAO espera que a produção global de carne suína aumente devido à melhoria da produtividade e que o comércio mundial de carne suína se expanda diante de déficits de oferta causados pela Peste Suína Africana (PSA).

4 Dezembro 2025
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A produção global de carne suína está prevista para atingir 126,3 milhões de toneladas em 2025, uma alta de 1,0% em relação ao ano anterior. O aumento limitado nos plantéis de matrizes e os surtos contínuos de peste suína africana (PSA), especialmente em partes da Ásia e da Europa, que seguem dificultando os esforços de controle sanitário, devem ser compensados pela melhoria da produtividade e pela maior eficiência no manejo dos rebanhos, sustentando o crescimento da produção mundial.

Na China, maior produtora mundial, espera-se um aumento na produção, uma vez que os produtores estão acelerando os abates para lidar com o excesso de oferta, após a decisão do governo de reduzir o plantel nacional de matrizes em cerca de 1 milhão de cabeças, de aproximadamente 40,4 milhões para 39,5 milhões, para restabelecer o equilíbrio do mercado e estabilizar os preços. Além disso, a recente proibição do “engorda secundária”, prática na qual suínos prontos para o abate são mantidos ou reengordados além do peso ideal na expectativa de preços mais altos, visa limitar manobras de mercado e promover um ajuste mais ordenado da oferta.

Brasil, Rússia e Vietnã devem registrar expansão da produção, impulsionada pelo aumento da demanda interna e externa.

Na União Europeia, por outro lado, projeta-se apenas um crescimento marginal, limitado por desafios sanitários persistentes e por rígidas regulamentações ambientais e de bem-estar animal, que continuam restringindo a recuperação dos rebanhos e impedindo uma expansão maior.

Nos Estados Unidos, espera-se uma ligeira queda na produção, reflexo da redução no número de suínos prontos para abate devido a surtos de doenças, especialmente a síndrome reprodutiva e respiratória dos suínos (PRRS). Esse efeito deve ser parcialmente compensado por maiores pesos de carcaça, resultantes da queda nos custos de alimentação.

Comércio mundial de carne suína

O comércio global de carne suína deve alcançar 10,2 milhões de toneladas em 2025, um aumento de 1,5% em relação ao ano anterior.

Prevê-se maior demanda de importação nas Filipinas e no Vietnã, onde a produção doméstica continua limitada devido a surtos recorrentes de PSA.

As importações do México também devem crescer, refletindo a maior demanda do setor de hotéis, restaurantes e instituições e a substituição da carne bovina por carne suína, mais acessível ao consumidor.

Da mesma forma, a Argentina deve registrar um forte aumento nas importações, impulsionado pelo maior interesse dos consumidores e pelas recentes medidas governamentais que simplificaram os procedimentos de importação e facilitaram o acesso de fornecedores estrangeiros, resultando em um aumento expressivo nas autorizações nos últimos meses.

As importações da China devem apresentar uma leve queda, devido ao excesso de oferta interna de cortes frescos padrão, carne processada e cortes primários. Essa redução é parcialmente compensada pela demanda sustentada por miúdos e produtos específicos de carne suína, que continuam impulsionando compras para os setores de processamento e food service. Após maiores volumes importados no primeiro semestre do ano, a ampla oferta doméstica e as tarifas antidumping provisórias, de 15,6% a 62,4%, aplicadas à carne suína da União Europeia desde setembro reduziram os volumes importados, à espera da decisão final prevista para meados de dezembro de 2025.

Também são esperadas quedas nas importações da Coreia do Sul, diante da pressão inflacionária que leva os consumidores a optar por proteínas mais baratas, e no Japão, onde os altos estoques internos devem reduzir a necessidade de importações.

Grande parte da demanda mundial deve ser atendida pelo Brasil, cujas exportações devem crescer cerca de 15%, e pela Rússia, com expansão superior a 30%, ambas impulsionadas por ampla oferta exportável. Em contraste, os embarques da União Europeia e dos Estados Unidos devem cair devido ao enfraquecimento da demanda de importantes destinos asiáticos.

02 de dezembro de 2025/ FAO Meat Market Review: Emerging trends and outlook in 2025.
https://openknowledge.fao.org

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