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A suinocultura da América Latina está em um caminho sólido de crescimento?

A nossa região descreveu diferentes taxas de crescimento entre os países líderes em 2023, refletindo comportamentos cíclicos típicos de qualquer atividade econômica.

Em 2023, a suinocultura latino-americana consolidou uma produção próxima a 9 milhões de toneladas (Mt), reportando um crescimento de 2,7% em relação a 2022 e participando com aproximadamente 8% da produção total de carne suína. Esses resultados se devem, em grande parte, à contribuição de países como Brasil, México, Argentina, Chile e Colômbia, considerados os líderes da região e que, no total, representam 92% da produção LATAM.

Gráfico 1. Produção de carne suína nos principais países da América Latina, variações anuais em toneladas. Elaboração e cálculos do Departamento de Economia e Inteligência de Mercado da 333 América Latina com dados do IBGE, SIAP, SAGyP, ODEPA e Porkcolombia.
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Gráfico 1. Produção de carne suína nos principais países da América Latina, variações anuais em toneladas. Elaboração e cálculos do Departamento de Economia e Inteligência de Mercado da 333 América Latina com dados do IBGE, SIAP, SAGyP, ODEPA e Porkcolombia.

Ao detalhar os resultados desses países líderes, vemos que eles apresentaram um volume de produção relativamente constante ao longo de 2023, com leves recuperações sazonais na última parte do ano, com exceção do Brasil, cuja trajetória mensal oscilou na faixa entre 400 e 500.000 toneladas. É importante notar que, embora a Colômbia e a Argentina tenham apresentado o maior crescimento anual, com taxas que ficaram entre 5 e 7%, a maior contribuição para o percentual total de crescimento da produção na região foi dada pelo Brasil, com uma taxa moderada de 2,2%.

Gráfico 2. Evolução da produção mensal de carne suína dos principais países da América Latina em 2023, em toneladas. Elaborado pelo Departamento de Economia e Inteligência de Mercado da 333 América Latina com dados do IBGE, SIAP, SAGyP, ODEPA e Porkcolombia.
Gráfico 2. Evolução da produção mensal de carne suína dos principais países da América Latina em 2023, em toneladas. Elaborado pelo Departamento de Economia e Inteligência de Mercado da 333 América Latina com dados do IBGE, SIAP, SAGyP, ODEPA e Porkcolombia.

Trajetória das taxas de crescimento

A série histórica de crescimento mensal acumulado em 12 meses permite observar e avaliar com clareza algumas tendências e pontos de inflexão, ajudando-nos a vislumbrar um panorama mais amplo da evolução do nosso setor.

Gráfico 3. Série acumulada de crescimento mensal (12 meses) 2022 – 2023 para os principais países da América Latina. Elaboração e cálculos do Departamento de Economia e Inteligência de Mercado da 333 América Latina com dados do IBGE, SIAP, SAGyP, ODEPA e Porkcolombia.
Gráfico 3. Série acumulada de crescimento mensal (12 meses) 2022 – 2023 para os principais países da América Latina. Elaboração e cálculos do Departamento de Economia e Inteligência de Mercado da 333 América Latina com dados do IBGE, SIAP, SAGyP, ODEPA e Porkcolombia.

Com efeito, ao analisarmos as trajetórias de crescimento dos últimos dois anos para os países líderes, encontramos um comportamento muito semelhante entre a Colômbia e a Argentina, cujo crescimento foi ascendente até março de 2023, mês em que se marcou um ponto de viragem onde continuou a crescer, mas a taxas cada vez mais baixas.

Por outro lado, o Chile, cujo ponto de inflexão ocorreu em maio de 2023 e que até agosto vinha registrando taxas de crescimento negativas, a partir de então registrou uma recuperação significativa, fechando 2023 com índice positivo.

Para o Brasil, descreve-se uma tendência com inclinação negativa, em que a taxa de crescimento se modera mês a mês até atingir 2,2% em dezembro de 2023. Por fim, o México denota relativa estabilidade, onde o crescimento girou sem grandes choques acima de 2,5% nos dois últimos anos.

Contexto da atividade suína latino-americana em 2023

Os resultados obtidos no último ano foram muito positivos, tendo em conta os inúmeros fatores econômicos que coexistiram com o desenvolvimento da suinocultura. Por um lado, a escalada dos conflitos geopolíticos nos últimos anos causou graves danos econômicos à maioria dos setores e mercados a nível mundial. Precisamente, a interdependência de bens como petróleo, fertilizantes, matérias-primas, entre outros produtos trocados com países em conflito ou com aqueles indiretamente afetados por eles, determinará o grau de afetação dos países da nossa região.

Da mesma forma, o declínio na procura de importações da China continua fazendo com que o Canadá, os Estados Unidos e o Brasil redirecionem as suas exportações para a América Latina, mantendo assim elevados níveis de produtos importados na maioria dos países da região. De fato, o México voltou a bater o seu recorde de importações em 2023, atingindo 1,6 Mt, embora outros países como a Argentina e a Colômbia tenham registado reduções significativas nas suas importações de carne suína. Felizmente, dado que os preços ao consumidor da carne suína permanecem competitivos em comparação com outras proteínas, como a carne bovina e o frango, o consumo da região permaneceu firme em 2023 e está em trajetória de crescimento, o que permitiu o aumento da produção.

De qualquer forma, o que favoreceu a suinocultura LATAM no último ano foi a queda nos preços internacionais das matérias-primas, pois gerou uma tendência de queda nos preços das rações e deu alívio aos custos de produção dos suinocultores. apoio em caso de eventualidades como o aparecimento de doenças reemergentes, cujo impacto é bastante forte para as granjas afetadas.

Perspectivas para 2024

Os resultados da suinocultura latino-americana em 2023 foram satisfatórios, ainda mais considerando o difícil ambiente econômico global e a situação em que se desenvolveu a atividade produtiva do nosso setor. Pelo exposto, as perspectivas de crescimento para 2024 são muito otimistas, pois com os atuais níveis de consumo e a sua tendência crescente, é muito provável que o volume da produção local se mantenha e até cresça a taxas próximas ou superiores às registadas. em 2023, o que daria fortes indícios de que o nosso setor está numa trajetória sólida de crescimento, não obstante o aumento progressivo das importações, e o interesse, e cada vez maior participação, no mercado de exportação.

By Charly the Economist

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